Thursday, July 12, 2007

Bula.

Minhas reações transbordam copos.
Uma exagerada, por diversas vezes transviada.Culpada por tudo o que não fiz, inocentada por tudo o que fiz. Eu fumo, eu bebo, dou gargalhadas internas.
As vezes me distâncio pra pensar em tudo o que existe quando se está distânte.
Falo sem pensar e muitas vezes sou pateticamente previsível.Vivo romances a francesa.Tenho o brilho carioca no olhar.Sinto falta em demasia de: toques, olhares, presenças.Bebo um,dois,dez copos de suco de laranja.Não perdoou traições.
Romântica com a vida.Decepcionada com o ser humano.Eterna sonhadora secreta de casos.
Ama demais, chora demais, culpa demais, exige demais.Apaixonada por cantos: canto de olho, canto dos pássaros, canto do quarto.
Errada por natureza.Misteriosa ao acaso.Observadora do cotidiano alheio.
Sem qualquer razão pra continuar.Sem qualquer razão para parar.
E acima de tudo com saudades.Saudades de tudo aquilo que ainda não vivi.

Friday, July 06, 2007

A cidade se contorce e torce pela desgraça alheia, pelo circo pegando fogo.
Procurei seu rosto no meio da mulditão dos fánaticos por tristeza.
Mas não achei, nem ao menos gritei seu nome mais de três vezes.
A esperança sumiu logo, o corpo ficou frígido.
Todo mundo gritando:
-Elefante! Elefante!
O desgosto impregnado na minha pele, as roupas poucas já corroídas pelo chão.
Não lembro do que fiz, como fiz nem por que fiz.

Sunday, June 17, 2007

(Vida) breve.

Estávamos eufóricas.
Tínhamos vivido longos trinta anos cercadas de concreto por todos os lados. Nascemos e crescemos respirando a fumaça das fábricas, nossos pulmões atrofiados condicionados com o 'respiro' rápido. O trabalho escravo mascarado exercido por nós, nossas mães, nossas avós. Uma linhagem inteira de submissão. E agora, depois de doze tortuosas horas de viagem, aqui estávamos nós, na frente dessa maravilha tão esperada.
O mar, finalmente ao nosso alcance, trazia uma tranquilidade assustadora principalmente ali longe da arrebentação. As outras mulheres davam gritinhos de excitação, eu quase não piscava com medo de acordar de um sonho bom. E a brisa? que brisa era esta que fazia meu rosto arder. Nós nunca tínhamos sentido brisa sem o barulho ensurdecedor do ventilador. O homem que havia nos levado foi preparar as boias, fiquei passando a ponta dos meus dedos na água, estava gelada e me fazia estremecer como num primeiro encontro.
Não queria mais nada entre mim e a liberdade tão sonhada.

(pulei na água)
E naqueles exatos segundos em que meu corpo todo se sentiu envolto por água pela primeira vez, esqueci-me da vida que nunca fora de fato minha. Esqueci-me dos filhos, do marido, da mãe tão querida que nunca ia poder ver o mar. E vi-me como um grão perdido no meio da imensidão , como um ovo portador de vida nova.
Lá do fundo eu podia ver o desespero no barco e as mãos oferecendo ajuda, mas já não podia retornar a superfície, já não queria voltar.

Labels:

Wednesday, August 02, 2006

Continue respirando;

O dia inteiro assim.Meio distânte da realidade, meio tonta, perdida em pensamentos sobre nada.Acho que era vontade de fazer alguma coisa. Sei la, era vontade de alguma coisa. Vontade de descobrir logo por que essa vontade toda.Talvez não quisesse deixar o dia escapar, e mesmo assim ele me escapou.
Eu acho que quero ser alguém que não sou.Alguém que a minha realidade não me permite ser.Alguém completamente diferente de tudo o que eu construi até aqui.E já me senti assim antes. E já pseudo-superei isso antes.Mas toda vez que a vontade vem eu fico assim, e não tem remédio.Eu dou patadas de graça, faço cara feia, reclamo da vida o dia todo.E tudo isso por que estou de saco cheio de mim mesma. Mas desconto nos outros.Por que as vezes até parece que a culpa de eu não ser assim é toda deles.
E no fundo, a culpa é toda minha. E eu sei que quando todo esse estado passar, eu vou agradecer por ter feito tudo desse modo, por ter vivido essa vida.E o mais estranho é que mesmo sabendo disso tudo eu não consigo parar de pensar: por que sou assim?
Quem sabe, um banho resolva. Quem sabe dormir e acordar resolva.Quem sabe nada resolva.Quem sabe a unica solução seja assumir, de uma vez por todas que eu quero mudar, e simplesmente mudar.
Mas eu não mudo. e sei bem por que.Por quê no fundo eu sei, que a essa altura não adianta mais mudar;Não adianta. Não vale a pena; Eu tenho medo, medo dessa vida que eu não conheço.medo...medo...medo...de mudar, de continuar, de não te ter aqui, de te ter aqui;Medo de ter medo.


Quase como tentar chegar até o fundo sem a coragem de prender a respiração.

Wednesday, July 26, 2006

- Carolina -

Quem é que chama?
Carolina.
Menina que eu amei por toda a vida.Carolina.
Chora menina, chora carolina.
Por onde andas, menina? Parece até que se perdeu no meio do mundo.
Pensa que pode nos deixar assim, de coração na mão.
Só por que é carolina, só por que é menina.
A menina mais adorada, quem mais seria se não carolina.
Por que quando passa, o sol ilumina e tudo fica assim mais vivo.
Quem chega desavisado, pergunta: Por que essa alegria toda?
E eu só digo:
É carolina. É minha menina...carolina.

Tuesday, July 11, 2006

" Close your eyes, so you can see. "















Quebra na pintura da vida. Ação humana que desmaterializa a magia; Beleza pura, beleza suja.
Nos mostra que no final somos todos humanos, tão iguais, tão comuns.
É humano adimirando outro humano. Tão limpo quanto ele, tão sujo quanto ele. E se surpreende quando ele pisca, quando ele anda, quando ele ri. Mas que lindos tolos, se espantando por tão pouco.Mas a tolice do homen é virtude, faz esquecer os problemas, faz esquecer que o outro é tão belo quanto ele.
Então ele ama...
Depois morre por dentro quando descobre que toda fascinação era a toa, que a beleza estava nos seus olhos. Os erros humanos quebram o encanto;
Erro que vira rotina.Rotina que vira tormento.
Acaba-se assim em tão pouco tempo, sentimento mais profundo.
É triste, quando coisa tão bonita acaba, e não a nada que se possa fazer.
E a culpa é dessa nossa natureza humana, tão maravilhosamente errada.


Sunday, June 25, 2006

Teorias Flutuantes- Parte I

- Nossa como chove...mas nem faz frio.
+ E você queria que fizesse?
- Queria.Deu vontade de sentir frio, sabe...só pra sentir algo, ter certeza de que se está vivo. (Se perde nos pensamentos)
+ Ei, tá ai ainda?
- Tava pensando.
+ Pensando em que?
- Nada não, esquece.
+ Bem que eu gostaria de esquecer certas coisas; (você)
Mas...é melhor a gente prestar atenção na aula agora.
- É tanta coisa na minha cabeça, que eu não tenho minima vontade de ouvir algo novo....e ainda está chovendo.
+ Na próxima aula é melhor você sentar longe da janela, você se distrai muito fácil...
- Não tô distraida.Só estou concentrada no que eu julgo ser mais importante do que a aula.
- Já notou como tudo na naturaza se encaixa? E as vezes eu acho que o ser humano não pertence a ela.

{Silêncio vocês ai atrás}

- Quem ele pensa que é?
+ Humm, ele é o professor.
- E dai?
+ Você se acha tão importante, acha que sabe de tudo...e olha, eu digo isso por que te conheço desde que nós éramos pequenos.
- As pessoas mudam.
+ É, eu sei.
- Mas a chuva continua...



~Ouvindo album duplo dos Beatles.